quarta-feira, 10 de junho de 2020

Comentário breve sobre a irracionalidade coletiva:

Se, para debatermos idéias, usamos argumentos, a ciência da lógica hoje já não nos serve, pois nas redes sociais e nas redes midiáticas nada mais encontramos senão discursos repletos de falácias e excessos.

Mesmo após todos os dados estatísticos que apontam que o aumento da força coercitiva do Estado e suas estratégias de combate à violência urbana não são a resposta ao problema da violência social, estes parecem não possuir qualquer interesse (uma vez que capacidade certamente o tem) de alterarem sua ótica fascista.

O outro é sempre um bandido, um possível delinquente, indo de encontro próximo à visão militarizada contida nos princípios do treinamento de nossa força policial. Mas, ainda assim, fogem à qualquer tipo de aproximação entre o pensamento do candidato e os valores militaristas, justificando-os como o desejo do "cidadão de bem", que está cansado da "corrupção".

Tampouco adianta expor-lhe as contradições de seus argumentos, através de reportagens que expunham um sentido diverso e muitas vezes contrário às tuas idéias de origem obscura. Estes não se preocupam com as fontes: uma vez parciais, sempre parciais, e utilizam este argumento da "imparcialidade" dos veículos de informação para ajustarem a realidade à sua visão deturpada e doentia.

A redução da complexidade cognitiva dos problemas encontra sempre vazão na violência física, cujas terminologias, além de redutoras, encerram todo problema da desigualdade social no ato mais simples e atroz da existência humana: o extermínio.

Que fácil seria se a resposta para todos os déficits da nação fossem dadas com um fuzil em mãos. Teríamos, assim, um momento Áureo em todas as civilizações cujas forma de governo fosse militarizada.

Mas um aluno atento aos conteúdos básicos da história do ensino fundamental não teria dificuldades em acertar na prova uma questão que relaciona o governo militar com o bem estar social e à garantia de direitos elementares: seria acertadamente falso, sem nem precisar pensar muito a respeito...

Que esperar portanto daqueles que apoiam o ódio explícito quando tiverem que utilizar a violência como recurso para transpor seus problemas pessoais na vida prática?

(...)

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