domingo, 24 de janeiro de 2021

Uma estrelinha chamada Rata

No céu hoje nasce uma estrela.
Pequena, como o corpo que habitava.
pequena...no entanto luminosa!
a mais luminosa do céu de Pelotas.
Seu nome: Rata, vulgo ratinha, a cadelinha mimosa.
Apesar do tamanho, tinha personalidade forte e enfrentava quem quer que fôsse!
quando ainda criança, foi difícil para Rata desenvolver-se.
Seus irmãos roubavam-lhe a comida. Mas ela se adaptou, tal qual todo bom sobrevivente.
depois de um tempo, na hora do rancho, ai de quem mexesse em seu prato...
Ela possuia um jeito único de impor sua presença. Os cachorros a respeitavam.
Rata era travessa - e também muito amorosa. Seu nome se refere não apenas ao tamanho, como também a uma característica de sua personalidade que se sobressaía aos demais: o roubo.
Rata era ladra. Adorava pegar um chinelo esquecido sobre o tapete externo, ou deixado para trás em algum canto do pátio. Pior: além de ladra, ela invadia residências. Se a porta ficasse aberta - ainda que entre-aberta - ela não perdoaria. O que estivesse lá dentro e fôsse de seu interesse acabaria sob seus domínios.
Quando aprontava, cerrava os olhos, inclinava levemente a cabeça para baixo, como quem diz que sente muito, e desenhava, no canto do focinho, uma espécie de sorriso
uma espécie de carisma
que só ela tinha.
Tudo que nasce, nasce para um dia retornar de onde veio.
Rata se foi. Nesse plano, como tudo que é vivo, cessou. Cessou sendo a senha para outra vida. Na tarefa que a natureza lhe imcubiu como sina e privilégio: ser mãe.
Rata, nossa cadelinha. Pode ter ido, mas deixou muita, muita saudade.

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