terça-feira, 17 de novembro de 2015

Amanhã, hoje, sempre

A fim de atenuar a melancolia
me preencho de derivativos
demovo o delírio sóbrio
adormeço na derivação progressiva
da marcha
do relógio

tic
    tac
tic
   tac

me desfaço em nós de poesia
enquanto o desejo
em sua reencarnação radical
desperta este corpo frágil e débil
de sua condição abusivamente limitada.

tic
   tac
tic
   tac

escrevo:

ó palavras me insinuem o caminho para a verdade.
sejam, por si só, ladrilhos que cheguem a mim mesmo.
e cercado por essas paredes úmidas
dentro nesse nebuloso aposento
investigar a mim mesmo e ao mundo
amanhã, hoje, sempre.


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