quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Se existimos neste enigma, estamos necessariamente ligados a ele. Como seres pequenos, usamos de nossa razão para construir sistemas, e utilizamos esses sistemas para caminhar sobre a vida. E o que a natureza nos ensinou até então? Que somos feitos daquilo que é feito as estrelas, os milharais, os rios e o interior de uma borboleta. O carbono, o ferro, a água, o oxigênio, todos esses elementos estão presentes em nossa composição biológica, e estão presentes também no vasto cosmos e nas profundezas do mundo. Nos ensinou, portanto, que somos o agregado de elementos químicos orgânicos e inorgânicos, interações biológicas regidas por processos colaborativos.

Somos filhos dos céus e estamos entre o vazio, a luz e a matéria. Quando morremos nos integramos à terra, que é a nossa morada, e damos continuidade ao ciclo eterno do início e fim da matéria, composição e decomposição energética. Ao cessarmos não carregamos nada conosco, e deixamos apenas sementes no coração de quem amamos. Não há um único ser que exista na teia da vida cuja existência não afete as demais. E qual seria meu propósito senão o de afetar positivamente o máximo de vidas possíveis? Aprender a escutar a natureza, que é mãe de todos nós. Atentar-se à sua mensagem. Compreender a importância de persistir no caminho: se a vida, em si, é colaborativa, por qual razão tomamos o rumo diverso?

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