segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Se eu desaparecesse agora
haveria alguém a lamentar minha ausencia?
e se passassem dias, meses, anos..
insistiriam ainda em me lembrar?

Se eu não tivesse medo
haveria de escrever como o faço?
ou seria, apenas, como a árvore
que faz a que veio e não perde tempo com lamúrias...

As vezes basta ser.
Mas as vezes ser somente não basta...

E se eu não sentisse dor
apreciaria o sabor do café pela manhã?
olharia para o céu -
nada mais que constelações distantes..

E se eu tivesse todas as respostas do mundo
ainda assim acordaria com aquele estranho sentimento
que me paralisa frente a uma flor, ou a um gato qualquer.

Me pergunto com frequência
se na vida há algum sentido:
força que impulsiona o ato
a vencer o medo, o receio de ser livre..

Então me vejo diante de um sonho
naturalmente fugidio, enganosamente tátil..
e dentro dele, vez ou outra, sinto-me vago
inutilmente real..
impossivelmente certo.

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