quarta-feira, 27 de julho de 2011

mentira piedosa ou a verdade cruel?

Eis a questão:
Mentira seria, dizer que o que nos conforta é a verdade,
O que nos conforta, desculpe-me, é a hipocrisia
pois uma mentira é sim verdade -
se ninguem descobrir que ela já fora mentira.

Se é mentira então dizer que o que nos conforta é a verdade,
Seria verdade dizer que o que nos conforta é a mentira.
Mas se a hipocrisia é algo que me conforta:
Seria a hipocrisia, uma verdade?
Ou a verdade, uma hipocrisia?

O maior mentiroso é aquele que se diz sincero.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Saudade

Sempre julguei o amor tão utópico, tão abstrato.E eu, eu era concreto demais para ser abstrato. Eu era concreto demais para amar você. Ás vezes me pergunto em como as coisas poderiam ter sido diferentes; e em como nós poderiamos estar hoje. Mas a incerteza da dúvida me corrói, e é tão mais fácil apenas não pensar. Eu sempre optei pelo mais fácil.
Mas os dias se passaram, semanas, meses, anos. E com o tempo, fui aprendendo a ter você, quase que involuntariamente. E quando percebi, já tinha grande parte de você dentro de mim. E foi assim, que eu me apaixonei por você. E eu amava amar você. Eu amava ser quem eu era com você. Por você.
E a distância, que até então parecia um mero detalhe, se tornou tão grande. Assim como a diferença entre "ter" e "possuir" nunca havia se tornado tão dolorosa. E por mais que meu coração exigisse te ter, a razão me dizia para lhe deixar. Seria o melhor para mim. Seria o melhor para nós dois.
 Pela primeira vez, eu optei pelo melhor. Não pelo mais fácil.
Hoje, sinto sua falta. Sinto falta de ter você, sinto falta de quem eu era quando eu tinha você. Mas, não escrevo para você. Não escrevo para mim. Eu escrevo para nós, escrevo para o que fomos um dia. E o que em um dia, poderemos ser.


Obrigado por me fazer acreditar no amor,

Danilo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Complacência

Agora? Sou só mais um, dentre vários. Minha mente já está fadigada de pensamentos inúteis, e atos impensáveis..Sinto que o que me resta é desistir. Mas estou muito fraco para abrir mão, e muito forte para perder. Eu só quero reescrever todo o meu histórico, com linhas saltando, pulando fora, palavras desconexas e erros ortográficos.. Mas que cheguem a um final, que haja um desfecho nessa história. Pelo menos até aqui. Vivo nessa eterna complacência de que posso fazer algo mas não o faço, é uma sensação frustrante e nojenta, seguida de socos e revoltas. O pior sentimento não é o amor, não é o ódio, não é a raiva, não é a inveja..é a complacência. É o sentimento de que você pode fazer algo, mas você não o faz, você é um telespectador da sua própria desilusão, um tripulante de um barco que está prestes a naufragar, e você não tenta nem ao menos tirar a água...você apenas deixa, e é deixando que você morre afogado em um mar de falsas lágrimas.
  Seria hipocrisia pedir uma outra chance, até porque já foram tantas. Tenho que mudar, tenho que deixar de ser o tripulante e passar a ser o capitão do meu próprio barco. E é o que eu vou fazer, eu vou impedir que ele naufrague, vou me jogar ao mar, de braços abertos e cabeça erguida, e quando chegar a um ponto onde ninguím possa me atingir, vou alçar uma âncora e permanecer inerte lutando contra meu próprio eu.