sábado, 23 de maio de 2020

Brasil e Moçambique são países que mantém uma boa relação diplomática e talvez por isso não tenha sido difícil encontrar aceitação por parte do povo moçambicano em seus círculos sociais. Inclusive no comércio, o fato de ser Brasileiro, era uma vantagem, pois eles admiram muito a nossa cultura, principalmente a música. Além disso, são extremamente receptivos e possuem ainda uma dimensão axiológica dita tradicional, que os levam a cultuar valores como a amizade, a solidariedade e a união. Valores que, no Brasil e nos países mais desenvolvidos, sobretudo após a modernidade e a consequente globalização, enfraqueceram a ponto de quase não existirem mais. Neste sentido notei que somos muito mais egoístas, estressados e infelizes que a maioria do povo Moçambicano, pois vivemos sob uma lógica já há muito tempo enraizada de produção e consumo que nos leva a uma crise de valores pessoais que destroem nossas relações sociais e familiares. Nos tempos modernos, onde tudo é liquido, segundo Bauman, as relações também se tornam liquidas, “escorrem pelos vãos dos dedos”, e o homem, na ausência de certezas, na busca por sentido, agarra-se ao concreto, àquilo que a sociedade lhe vende como sendo o remédio para suas angústias. Agarra-se, assim, ao consumo e ao prazer do imediato, externos a ele, esquecendo-se de buscar a verdadeira felicidade, em seu interior.
Pelo reencatamento do mundo: suspendo a covardia aceito a valentia em amar e ser amado