Que magia é essa que te afoga
incauta, desmedida, afora
do tempo, de si, da dor, do agora
e te compõe em versos de inquietude?
Que corpo é esse que te aprisiona
entre o vão do desejo e da aurora
encontrarás finalmente liberdade
quando libertar-se do Eu, outrora?
Que palavras são essas que te compõe
serão súplicas de apelo ao implacável destino?
Que farás comigo, ó terra, quando em desatino
pôr-me a clamar por mais um pouquinho de amor?
Permitirás que eu volte, desfrutando
da brisa gostosa que em tuas vestes abracei
ou me dirás que nesse plano, a partir de agora,
retornarei ao menino que um dia deixei...